Nesta sexta-feira, Israel e Sudão concordaram em normalizar as relações bilaterais.
O anúncio é simbolicamente significativo porque foi em Cartum, capital do Sudão, que, em 1967, a Liga Árabe adotou os famosos “três nãos”: não à paz com Israel, não ao reconhecimento de Israel e não às negociações com Israel.
“Hoje, porém, Cartum diz o contrário: sim à paz com Israel, sim ao reconhecimento de Israel e sim à normalização com Israel. Esta é realmente uma nova era”, disse o primeiro ministro israelense, Benjamin Netanyahu.
O acordo foi condenado por lideranças palestinas. O gabinete do presidente da Autoridade Palestina Mahmoud Abbas publicou uma declaração afirmando que “Ninguém tem o direito de falar em nome do povo palestino e em nome da causa palestina”.
Sami Abu Zuhri, do alto escalão do Hamas, disse que “o anúncio da normalização entre o Sudão e Israel dói e é inconsistente com a posição histórica do Sudão de sempre apoiar os direitos do povo palestino”.
Já o presidente egípcio, Abdel-Fattah al-Sissi, saudou o acordo, declarando que “valoriza todos os esforços para alcançar a estabilidade e a paz na região”.
Como parte do acordo, o presidente dos EUA Donald Trump, que intermediou as negociações, irá retirar o Sudão da lista de países que promovem o terrorismo, abrindo caminho para a suspensão de sanções internacionais.