Um dos elementos mais importantes da decisão de Yair Lapid em formar a coalizão governamental hoje em israel tem relação com a entrada do partido islâmico no processo.
Não nos referimos a deputados árabes em partidos sionistas, ou mesmo de partidos árabes que relativizam as identidades palestinas e islâmicas. O Ra’am é árabe, palestino e islâmico. Tudo claramente posto em suas propostas.
Seu líder, Mansur Abbas negociou duramente, exigiu o fim das leis discriminatórias, direitos sociais árabes e combate a violência na sociedade árabe de Israel. Conseguiu muita coisa. Outras não. Mas fundou uma nova era no país, onde árabes passam a ser contados como cidadãos plenos. Com direitos e deveres claros.
Mas tem gente desconfortável com isso: a extrema direita israelense e os grupos antissionistas. No imaginário politico dos extremistas não ha espaço para complexidades. Para a extrema direita não há lugar para árabes no governo do Estado judaico. Para antissionistas, por outro lado, a presença de muçulmanos palestinos no governo desafia lógicas simplórias de um Estado Apartheid e racista.
Que ambos lidem com a realidade.