Beitar Yerushalaim é um dos populares clubes de futebol em Israel, país em que grande parte dos times e torcidas têm alinhamento político-ideológico. Os Hapoel, por exemplo, são times vinculados com a esquerda. Macabi tem mais relação com a direita liberal.
Já o Beitar tem identificação com a direita mais radical, e por estar sediado em Jerusalém, as relações com as populações árabes da cidade sempre foram, por assim dizer, complicadas.
Alguns anos atrás, por exemplo, um grupo de torcedores, “la famiglia”, identificados com a extrema direita, obrigou a diretoria a demitir dois jogadores recém contratados para o elenco. O motivo? Eles eram muçulmanos Chechênios. Para a “la famiglia” não há espaço para muçulmanos no plantel do Beitar. A extrema direita da torcida (e outros grupos radicais) se orgulha de nenhum jogador árabe jamais ter vestido o uniforme amarelo e preto do time.
O problema é que, na esteira dos acordos de paz, um xeique dos Emirados Árabes Unidos comprou 50% do Beitar Yerushalaim. Mais que isso: o filho do xeique vai ser um dos diretores do clube.
O Beitar agora tem uma excelente oportunidade de virar um exemplo de coexistência no esporte de Israel e do mundo. Basta saber se os setores extremistas da torcida vão deixar.