Ernesto Araújo anula e relativiza a memória do Holocausto

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Impressiona o uso excessivo e absurdo que membros do atual governo brasileiro fazem do nazismo e do Holocausto. Desde as afirmações do atual presidente de que o nazismo seria de esquerda (feitas em frente ao Museu do Holocausto, em Jerusalém) até a reprodução do discurso do ministro da propaganda nazista pelo ex-secretário especial de cultura, os absurdos se multiplicam.

Nesta semana foi a vez do ministro das relações exteriores novamente se pronunciar nesse sentido.

Em meio à maior crise sanitária dos últimos tempos, Ernesto Araújo, em seu texto “Chegou o Comunavírus”, achou por bem denunciar o que seria uma suposta conspiração comunista, mostrando mais uma vez seu negacionismo histórico.  

Em crítica ao filósofo Slavoj Žižek, o atual ministro das relações exteriores associa o nazismo ao que chama de “utopia comunista”, compara os esforços de isolamento social a campos de concentração nazistas e diz que grupos comunistas estão se fazendo valer do coronavírus para implementar “um estado de exceção global permanente, transformando o mundo num grande campo de concentração”.

Por fim, Araújo diz que “o nazista é um comunista que não se deu ao trabalho de enganar as suas vítimas.”

O que quer dizer com isso? Que ao menos o nazismo era mais sincero? Que grupos favoráveis ao isolamento social, preocupados com a disseminação e mortalidade do Covid-19, são comunistas ainda piores que os nazistas, por estarem escondendo a verdade?

Ernesto Araújo, ao colocar os campos de concentração nesses termos, anula e relativiza a memória do Holocausto. E ainda pior, acaba por reproduzir a lógica nazista: transformar os campos da morte em fábricas do esquecimento. 

O Instituto Brasil-Israel repudia com veemência todas essas afirmações.

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