A Guerra dos Seis Dias, conflito que envolveu Israel, Egito, Síria, Jordânia e Iraque completou 52 anos, neste mês. A convite do IBI, o coordenador do Núcleo de Estudos Árabes e Judaicos da UFRJ, Michel Gherman; e Celso Garbarz, ex-membro do comitê da Anistia Internacional, da escola israelita Eliezer Max, participaram do debate “1967: Entre a memória e o esquecimento”, em evento realizado na Red House School, em São Paulo, na última segunda-feira (10).
Para Gherman, é de suma importância se discutir 1967 porque o tema é ainda um tabu. “As questões criadas por 1967 ainda estão em aberto. Afirmo com toda convicção que 1967 é ‘o ano que não acabou’, em Israel”. Já Garbarz fez uma contribuição mais pessoal, relatando como foi servir no exército de Israel pós-1967 e chamou a atenção para as questões que o país enfrenta, desde aquela época, como legado da guerra: disputas internas políticas e a discussão sobre os territórios palestinos.
Ambos concordam que é necessário fazer uma profunda reflexão sobre as consequências da guerra, mais do que um enaltecimento da força militar do país e a projeção de um acordo de paz entre israelenses e palestinos, no qual se discutiria a questão dos assentamentos, o futuro de Jerusalém. “Podemos administrar o conflito para sempre, mas não é isso o que quero para meus filhos e netos”, afirmou Garbarz.