Há 52 anos, entre os dias 5 e entre os dias 5 e 10 de junho de 1967, acontecia a Guerra dos Seis Dias. O IBI perguntou aos seguidores suas maiores dúvidas sobre o conflito que determinou a atual configuração do Estado de Israel.
A discussão sobre fronteiras, ocupação, status de Jerusalém e o reconhecimento de um Estado palestino passa, também, pelo que ocorreu em 1967.
Israel lançou um ataque preventivo, mas ouvi dizer que Nasser foi o maior responsável pela guerra ao declarar na rádio oficial do Cairo que destruiria Israel e por expulsar as tropas da ONU da zona desmilitarizada no Sinai. Quem de fato começou a guerra e quais foram os fatores mais importantes que contribuíram para o início dela em 5 de junho?
Antes da guerra, havia um clima de confronto. Um discurso claramente beligerante produzido pelos governos árabes. Movimentações suspeitas nas fronteiras e negociações entre os países seculares do mundo árabe. O clima de guerra pode ser considerado o início da guerra? Se sim, quem começou foram os países árabes. Se não, foi Israel, com a invasão da Síria e do Egito.
O que são as “fronteiras de 1967” que tanto se fala?
São as fronteiras que vigoraram até antes do início da Guerra dos Seis dias, isto é, as linhas do armistício de 1949, que encerrou a Guerra de Independência, que opôs Israel e seus vizinhos.
É necessário voltar às fronteiras de 1967 para a solução de dois estados?
A solução de dois Estados é considerada por muitos como a única opção viável para resolver o conflito palestino israelense e as fronteiras de 1967 oferecem uma base para a divisão do território. Entretanto, discussões sobre o status de Jerusalém e sobre as Colinas do Golã, incorporadas por Israel, e uma eventual troca de terras para a absorção de assentamentos israelenses podem implicar em modificações no traçado da fronteira.
Como são os assentamentos e viabilidade para implantação de estado palestino?
Alguns grupos israelenses leem a conquista dos territórios na Guerra dos Seis Dias como divina, miraculosa. O lugar para a vinda do Messias começava a ser cavado. Nessa perspectiva, a vitória e a posterior conquista de cidades bíblicas impossibilitava qualquer passo atrás. Nessa visão, estava-se entrando na época de Messias e qualquer recuo era um retrocesso em planos divinos. Assim, após a conquista houve o povoamento desses territórios por muitos judeus.A ocupação física de territórios de um futuro Estado Palestino por população com cidadania israelense, com restrições à circulação de palestinos, dificulta a criação desse Estado. A manutenção de assentamentos judaicos traz como resultado o fim de um estado palestino como horizonte de possibilidades e a ameaça ao conceito de Israel como Estado democrático e judaico).
A Guerra dos Seis Dias foi vencida exclusivamente por Israel? Teve ajuda? De quem?
Em 1967, Israel começou a contar com ajuda ocidental, que se consolidou em 1973. Mas, efetivamente, a vitória militar israelense foi tão avassaladora que alternativas de auxílio externo não podem explicar esse processo. As estratégias de avanço militar e os ganhos no campo de informação garantiram a vitória militar de Israel.
Gostaria de saber os nomes de estadistas e o que eles fizeram durante o acontecimento.
A guerra de 1967 foi mais vinculada aos generais e menos ao então primeiro ministro de Israel, Levi Eskol. O afastamento de Yitzhak Rabin na véspera da Guerra, fez com que dois generais disputassem a hegemonia das decisões. Ygal Alon, ministro da habitação, e Moshe Dayan, ministro da defesa, decidiram o destino de Israel naquele momento..
Quais os resultados finais da guerra e as mudanças que ela trouxe?
A Guerra dos Seis Dias reconfigurou o Oriente Médio, mudou as relações de força entre Israel e o mundo árabe, enfraqueceu grupos políticos, fortaleceu outros e consolidou a existência de Israel. A vitória arrasadora mostrou que Israel efetivamente estava no mapa. Em termos internos, o domínio de Israel sobre uma população estrangeira que se sentia ocupada por um Estado estrangeiro, que não a representava, criou a questão política mais importante do Estado de Israel e aprofundou a questão palestina. A manutenção de territórios palestinos conquistados por Israel dirige grande parte da política israelense, do cenário palestino e também do próprio Oriente Médio.