“Apenas quero matar judeus”, disse Robert Bowers antes de abrir fogo em uma sinagoga em Pittsburgh essa semana. O ataque deixou 11 vítimas e foi motivado pelo ódio. Bowers é um supremacista branco. Tinha posse legal de um fuzil AR-15 e três revólveres.
A tragédia trouxe à luz uma discussão que está pulsante com a ascensão de governos de extrema direita em todo o mundo: amparados por líderes cujo discurso de ódio é constante, extremistas se sentiriam autorizados a realizar barbaridades? Massacres como em Pittsburgh, linchamentos, estupros coletivos e assassinatos realizados contra todas as minorias indicam que sim.
Pittsburgh comprova o que muitos judeus já sentem na pele: são uma minoria visada como todas as outras. Com a licença das particularidades e da dor histórica de cada povo, é com o negro, com o homossexual, com o cigano, com o yazidi, com o armênio, com o tutsi, que o judeu divide as trincheiras na luta por direitos civis, por autodeterminação, contra o preconceito e contra discursos que autorizam o ódio.