Faleceu, no início de setembro, na cidade de Haifa, o desenhista, gravador, pintor, muralista, escultor e ativista Gershon Knispel, aos 86 anos.
Knispel nasceu em Colônia, Alemanha, em 1932. Aos três anos, emigrou com a família para região da Palestina, então sob mandato britânico, indo morar em Haifa.
Desde jovem engajou-se com o ideário socialista. Ingressou no Partido Comunista de Israel e destacou-se como artista na cidade de Haifa.
No exército, serviu na unidade Nachal, envolvida com trabalhos artísticos.
Em 1958, foi convidado a ir a São Paulo depois de vencer um concurso para a criação de um mural gigantesco na fachada do edifício sede da TV Tupi, executado no ano seguinte e hoje tombado. Acabou estabelecendo residência no país.
Segundo o critico Fábio Magalhães, Knispel cativou o ambiente cultural brasileiro com sua arte e com suas ideias. Em pouco tempo fez inúmeros amigos. “Gershon Knispel integrou-se de tal forma na vida cultural brasileira que era constantemente requisitado para expor suas obras, ilustrar livros e produzir gravuras e cartazes para os movimentos sociais. Assim, realizou diversos desenhos para o Sindicato dos Metalúrgicos de São Paulo e para os Centros Populares de Cultura organizados pela União Nacional dos Estudantes – UNE”, afirmou.
Em 1964, Gershon Knispel regressou em fuga para Israel em consequência do golpe militar.
Dez anos após o reestabelecimento da democracia, em 1995, voltou a São Paulo, onde morou quase até o fim da vida.
Deixa como legado, inúmeros trabalhos, como o monumento em homenagem ao cinquentenário de Israel, na praça de mesmo nome, localizada no bairro do Pacaembu.