A segunda aula do curso de formação do IBI no Rio de Janeiro, “Tensões geopolíticas no Oriente Médio”, com Fernando Brancoli, ocorreu na sexta-feira (24/08).
A aula teve como proposta discutir as mais recentes transformações geopolíticas no Oriente Médio. Desta maneira, a principal questão debatida foi “A Primavera Árabe”, como último acontecimento – ainda se desdobrando – a transformar significativamente a região.
À despeito do choque imediato e espanto com que foi internacionalmente recebida na mídia internacional, a Primavera Árabe foi apresentada como parte de um processo que se integra nas transformações de longa duração das sociedades do Oriente Médio. Seus processos de nacionalização, urbanização, expansão da educação, quando associadas a uma gritante desigualdade social e econômica e insatisfação política generalizada, seriam o fermento de frustração e indignação lentamente cozidos que estouram neste acontecimento.
Para não recair em generalizações, como ressaltou o professor, é necessário entender o Oriente Médio como uma região cultural e geograficamente heterogênea, por mais que haja fenômenos transnacionais que possibilitem sua compreensão como uma unidade. Assim, a Primavera Árabe teve origens e impactos distintos em cada local do Oriente Médio.
Assim também seria de certo modo em Israel e Palestina. Por mais que os protestos nos dois países no começo da década de 2010 não tenham tido impactos tão intensos quanto em outros países da região, ainda assim ocorreram. Ademais e mais significativamente, as transformações geopolíticas na região afetaram profundamente as relações entre todos seus Estados. Desta forma, por mais que muitos analistas em todo espectro político descartem a inserção de Israel no Oriente Médio, foi sugerida a relevância de pensar a questão palestino-israelense nesse contexto dinâmico.