Cerca de 7.000 israelenses e palestinos realizaram cerimônia conjunta no Dia da Recordação, em Tel Aviv, na noite de terça-feira, 17/03. O evento foi organizado pelo Fórum de Famílias Enlutadas e Combatentes pela Paz.
A quantidade de pessoas surpreendeu os organizadores, e uma parcela significativa dos presentes foi obrigada a ficar de pé ou sentar-se no chão. O evento foi realizado ao ar livre, no Parque HaYarkon – depois que o local inicial, um auditório na cidade de Holon, recuou sediar o evento, classificando-o como “político”.
Entre os palestrantes do evento, estiveram Adi Kahlon, cujo pai, Dov, foi morto em um atentado suicida em Haifa; dra. Amal Abu Saad, cujo marido, Yaqub Abu Alqian, foi baleado e morto pela polícia israelense na aldeia beduína de Umm al-Hiran; Jihad Zriar, cujo filho, Alaa, foi baleado e morto por soldados israelenses em Hebron, a caminho da casa de seu avô; e o escritor David Grossman, cujo filho, Uri, foi morto na Segunda Guerra do Líbano.
“É difícil separar a memória da dor. Dói-me lembrar, mas é ainda mais assustador esquecer. E como é fácil, nesta situação, ceder perante o ódio, a raiva e a vontade de vingança. Mas percebo que cada vez que a raiva e o ódio me tentam , de imediato sinto que estou perdendo o contato vivo com o meu filho. Alguma coisa está selada. E assim cheguei à minha decisão, fiz a minha escolha. E acho que aqueles que estão aqui esta noite, fizeram a mesma escolha”, afirmou o escritor, em discurso emocionado.