Gaavah participa de exibição de cinedebate sobre vida de Rosely Roth

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O MOV.LGBTQIA+, incubadora de projetos ligada à Congregação Israelita Paulista (CIP), organizou, no último dia 30 de novembro, um evento especial que contou com a participação dos coletivos Gaavah, coletivo LGBTQIA+ do Instituto Brasil-Israel, e CineSapatão.

O CineSapatão vem conquistando diversos prêmios com o curta-metragem “Ferro’s bar”, que narra o evento do levante do Ferro’s pela perspectiva das ativistas da época e frequentadoras do antigo bar. O curta ganhou uma sessão exclusiva na CAJU (Casa da Juventude da CIP) num evento que contou com um debate com Nayla Guerra, uma das diretoras do filme, e Daniela Wainer, ativista do Gaavah e curadora da exposição “Quando as lésbicas se levantam – luta e resistência sapatão nos anos 80”.

Durante o debate, Nayla falou sobre o processo de pesquisa e filmagem do curta, enquanto Daniela contou episódios da vida de Rosely. O levante do Ferro’s bar, ocorrido em 19 de agosto de 1983, foi um marco na história do movimento lésbico e LGBQTIA+ brasileiro por constituir um dos primeiros momentos nos quais as lésbicas ousaram desafiar o status quo e lutar por seus direitos. Uma das protagonistas desse episódio foi Rosely Roth, ativista lésbica de origem judaica. Por isso, a exibição do curta-metragem seguida de debate permitiu que se pudesse conversar sobre a interseção entre as identidades judaicas e LGBTQIA+.

Para muitas pessoas presentes, foi a primeira vez que se ouviu falar sobre o tema num ambiente judaico. O Gaavah, coletivo LGBTQIA+ ligado do IBI, vem fazendo um trabalho de resgate da memória de Rosely Roth, e esta foi mais uma das oportunidades que se deu para homenagear essa grande ativista.

“Este evento teve o sabor especial de ser voltado para a comunidade judaica. Ainda estamos lutando para abrir espaços onde podemos nos manifestar plenamente e, por isso, poder estar numa sinagoga com a dimensão da CIP, falando sobre a Rosely Roth, essa ativista que para nós é como uma Macabeia, uma heroína, que abriu tantos caminhos, é uma alegria. Pudemos falar sobre os valores judaicos que encontramos no ativismo de Rosely e eles incluem a luta pela tzedek (justiça) ainda que isso signifique ir contra o que é moralmente aceito na sociedade, o tikun olam (reparação do mundo) e a ideia de que somos todes feitos b’tzelem elohim (à imagem e semelhança divina), ou seja, somos iguais e temos os mesmo direitos. Foi uma noite muito importante”, afirma Daniela Wainer.

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