Coletivos judaicos progressistas, que lutam por justiça social ao lado de outras organizações da sociedade civil brasileira, têm contribuído também para denunciar o antissemitismo, inclusive quando este se manifesta nos círculos da esquerda.
Foi o caso da longa entrevista da jornalista Lucia Helena Issa, intitulada “Tráfico de mulheres brasileiras para Israel”, no programa “Um Tom de resistência”, da TV 247.
Nas redes sociais, o assessor acadêmico do IBI, Michel Gherman, repudiou publicamente o conteúdo: “Estou acostumado a ver falas antissemitas e conspirativas, mas devo dizer que essa superou todas. Foi um show de negacionismo e conspiracionismo”, afirmou.
Além do próprio IBI, houve forte reação por parte de grupos como Judeus pela Democracia, que denunciou o material, citando alguns comentários feitos por Lucia Helena Issa, como por exemplo a referência a Israel como sendo um paraíso mundial dos pedófilos, que a comunidade judaica carioca fez tráfico de prostitutas ou a afirmação de que o sionismo tem ligação e é primo-irmão do nazismo, entre outros absurdos inacreditáveis.
Esta postura escancara a inconveniente realidade de que o antissemitismo também é um problema da extrema-esquerda que, com o sinal invertido, faz coro com a extrema-direita na imagem ilusória que se cria dos judeus e de Israel. É preciso reeducar estas vozes ou, em última instância, calá-las.
Em nota pública, o Brasil 247 disse acolher a crítica e que levaria o tema para o Comitê de Compliance. Em seguida, retirou o vídeo do ar.
O Instituto Brasil-Israel saúda a decisão e propõe a realização de uma entrevista no mesmo programa para que a temática do antissemitismo seja abordada.