IBINews 208: Imaginários, uma bonita realidade

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O combate ao racismo, ao preconceito e à discriminação, e o fomento de uma cultura de respeito às diferenças, está na raiz do IBI. Tornar-se referência na compreensão crítica e contextualizada do conflito israelense-palestino, uma grande missão.

Um projeto que se propõe a impactar alunos do ensino médio por todo o Brasil, começa a sair do papel e vem ganhando envergadura a cada mês, chamando a atenção por onde passa.

Sugestivamente chamado de “Imaginários“, o projeto nasceu do sonho de jovens participantes do movimento Habonim Dror. Eles se deram conta da necessidade de levar a temática a escolas não judaicas: “O projeto surge a fim de trazer para o Brasil uma quebra da polarização vigente. A partir da elaboração de uma visão mais complexa e rica do embate vivido no Oriente Médio, os alunos dificilmente cairão em discursos prontos e ideias simplórias”, explica Tomer Raca, membro da liderança do Habonim Dror de São Paulo.

O IBI, a União do Judaísmo Reformista (UJR) e o Movimento pelo Judaísmo Reformista e Progressista em Israel (IMPJ, na sigla em inglês) abraçaram a ideia e passaram a organizá-la e a desenvolvê-la, com o apoio financeiro da Fundação Genesis.

São duas etapas. A primeira, de formação de jovens monitores, contou com dezenas de participantes, de cinco movimentos juvenis judaicos, de 12 cidades brasileiras – São Paulo, Rio de Janeiro, Salvador, Mogi das Cruzes, Brasília, São José dos Campos, Recife, Natal, Campinas, Porto Alegre, Florianópolis, Manaus.

Foram 12 encontros virtuais de capacitação, com curadoria de professores acadêmicos e especialistas, passando por um espectro temático que cobriu do desenvolvimento de nacionalismos, antissemitismo, conflitos nacionais e problemáticas de discriminação na região e na atualidade, até discussões e referências pedagógicas sobre o ensino em escolas públicas e privadas, com a adoção de metodologias ativas e uso de recursos multimídia.

Em seguida, os jovens monitores compartilham, com alunos do ensino médio de todo o país, os conhecimentos adquiridos. A primeira atividade aconteceu no formato online, para alunos do do Colégio Alicerces, em Cuiabá (MT). Já na cidade de Abreu e Lima (PE), o projeto aconteceu, pela primeira vez, no formato presencial, com a participação de 115 alunos do 3° ano do Ensino Médio da Escola Maria Vieira Muliterno. Monitores de Recife, Salvador e do Rio de Janeiro deslocaram-se para realizar esta atividade.

O professor de História Tafarel Cantidio, que abriu as portas da escola para o projeto, atesta: “Os alunos gostaram bastante. Os vídeos e debates propostos os aproximaram de uma realidade que se faz presente”.

E este é só começo. Várias outras escolas já demonstraram interesse em participar do projeto no ano que vem.

“Quando o assunto é Israel e Palestina, não basta ter muita informação. É preciso conhecer as várias narrativas que compõem o conflito e saber dialogar com todas elas. Nosso objetivo é que alunos saibam lidar com temas tão candentes e desafiadores fora do espaço de suas próprias escolas”, Rafael Kruchin, coordenador de programas e projetos do IBI.

“Através da educação do jovem pelo jovem entendemos que podemos incentivar a construção de um futuro com um pouco mais de conhecimento e segurança para nossas comunidades. Acreditamos que este seja um embrião de um forte canal de troca e construção conjunta. Imaginários não é mais um sonho, um projeto, mas uma bonita realidade”, acrescenta Andrea Kulikovsky, diretora executiva da União do Judaísmo Reformista.

CONFIRA OS DESTAQUES DA SEMANA!

Tel Aviv, cidade mais cara do mundo: O “Índice Mundial de Custo de Vida”, da revista The Economist, que compara preços em 170 grandes cidades em todo o mundo, colocou Tel Aviv em 1º lugar no ranking, batendo Paris, Cingapura, Zurique, Hong Kong, Nova York, Genebra, Copenhague, Los Angeles e Osaka, que completam os 10 primeiros lugares. São Paulo e Rio de Janeiro ficaram em 150° lugar. Por que Tel Aviv está tão cara? De certa forma, Israel está pagando o preço de seu sucesso. É o que explica nossa correspondente, Daniela Kresch. Leia.

Fechamento das fronteiras em Israel: Israel confirmou na sexta-feira sete casos de Covid-19 da variante Ômicron e uma dezena de suspeitos. É o primeiro país a fechar as fronteiras para conter a disseminação da variante, trazendo perdas milionárias para a indústria do turismo, que esperava recuperar o fôlego com a temporada de Natal. Para Israel, mais do que nunca, a campanha da 3ª dose da vacina é essencial para proteger a população. Este foi o tema do Expresso Israel, programa que apresenta as principais notícias da semana, com as jornalistas Daniela Kresch e Isabella Marzolla. Veja.

Gastronomia social: Você já ouviu falar no conceito de gastronomia social? Em uma situação como a vivida pelo Brasil, é importante conhecer pessoas que são agentes de mudança – e entender como nós podemos participar. No “E eu com isso?” da semana, Amanda Hatzyrah e Ana Clara Buchmann conversaram com David Hertz, empreendedor social, chef e co-criador da Gastromotiva, organização que oferece formações profissionais para que seus alunos se tornem empreendedores, auxiliares e chefs de cozinha. O episódio contou a parceria da Comunidade Shalom. Ouça.

Parceria com o Museu Judaico: Depois de quase dez anos de obras e vinte de planejamento, o Museu Judaico (MUJ) de São Paulo abre suas portas neste domingo, 05/12. Com quatro andares expositivos, que abrigam mostras permanentes e temporárias, o museu ocupa a Sinagoga Beth-El, no centro da capital paulista. Inscrita na fachada da antiga sinagoga, a mensagem que o novo espaço cultural pretende transmitir: “Esta é a casa de todos os povos”. O IBI já realizou duas ações em parceria: o diretor Daniel Douek ministrou uma atividade formativa sobre Israel e Palestina para a equipe do educativo e, no “E eu com isso?”, Anita Efraim e Amanda Hatzyrah conversaram com o Diretor Executivo do museu, Felipe Arruda. Ouça.

Chanucá da diversidade LGBTQIA+: Após um ano e oito meses de atividades online, o Gaavah – coletivo judaico LGBTQIA+ do IBI – está fazendo suas primeiras atividades presenciais: uma celebração de Chanucá em que grupos se reúnem em diversas cidades do Brasil para comemorar esta festividade com uma liturgia inclusiva. Hoje, a ação ocorre em São Paulo. E amanhã, a última vela de será acesa em Porto Alegre. Participe!

Últimos dias!: As matrículas para o curso do IBI “Precisamos Falar Sobre Israel e Palestina” estão abertas só até amanhã, 05/12. Em 4 aulas, são apresentadas diferentes perspectivas sobre o conflito a partir de uma visão didática, histórica e política. Você pode assistir a hora que quiser. Inscreva-se.

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