Israel é reconhecida mundialmente como líder nas áreas de inovação hídrica, energia solar, alternativas sustentáveis de proteína e tecnologia agrícola.
Sobre a fabulosa estrutura hídrica montada ao longo do tempo no país, que se tornou um modelo global, Caroline Beraja conversou com Rafael Stern, graduado em geografia pela UFRJ e com especialização no Instituto Aravá de Estudos Ambientais.
O deserto ocupa cerca de 60% do território de Israel. Entre outras questões, Stern explicou como 86% da água em Israel é reciclada – para efeito de comparação, a taxa de reciclagem de água nos Estados Unidos é inferior a 10%.
Em seu discurso na COP26, Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, que ocorre em Glasgow, na Escócia, o primeiro-ministro israelense, Naftali Bennett, ressaltou o papel de liderança que Israel tem como hub de tecnologia e inovação, e comprometeu-se em reduzir as emissões de gases de efeito estufa até 2050 e eliminar o uso de carvão até 2025.
São conquistas importantes. Mas há desafios. O Mar Morto está encolhendo lentamente – de 1 a 1,5 metro por ano -, resultado de anos de desvio de água do rio Jordão, para consumo e agricultura, e de danos causados por empresas de extração mineral.
Outros temas sensíveis na agenda são o compartilhamento dos recursos nos territórios ocupados, a exploração de novos campos de gás natural e a polêmica construção de uma rede adutora de petróleo, passando pelo Mar Vermelho, formalizada a partir do acordo de paz com os Emirados Árabes, no ano passado.
Como diz Stern, há uma “síndrome dos dois opostos” em curso no país: a hipersignificância e a insignificância da questão ambiental.
A boa notícia é que a ministra de Proteção Ambiental, Tamar Zandberg, que já presidiu o Comitê de Assuntos Femininos de Tel Aviv e foi uma dos principais ativistas do movimento de protesto social do verão de 2011, tem demonstrado força e disposição para enfrentar estes desafios.
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