Ventos novos nas relações entre palestinos e israelenses. Ventos novos e, por vezes, contraditórios. Nessas duas últimas semanas algumas placas se moveram. Depois de anos de afastamento, a Autoridade Palestina volta a ser lembrada como parceira viável.
Na semana passada, o ministro da defesa israelense se encontrou com lideranças palestinas para tratar de temas importantes que vão além de questões ligadas à colaboração na área de segurança.
Depois de anos de valsa com o Hamas, Israel, com o novo governo, parece ter entendido que acordos pontuais com o grupo terrorista não garantiam estabilidade. Os moderados (e enfraquecidos) líderes da Autoridade Palestina foram descobertos como parceiros de dança. Parece que uma nova música começou a tocar.
O que fortalece essa impressão é o fato de que Bennett, primeiro-ministro de Israel se encontrou nesta semana com o presidente egípcio.
Justamente no aniversário dos acordos de Oslo, os dois países conversam visando superar o conflito com o Hamas, sem tratá-lo como parceiro preferencial.
Internamente, a complexa coalizão que forma o governo de Israel parece ter resolvido suas contradições: o direitista Bennett conversa com o Egito, enquanto o centrista Gantz conversa com os palestinos da ANP.
“O Hamas continua no jogo, mas apenas como parceiro tático. Resta saber se o grupo fundamentalista vai topar ficar vendo o rival palestino dançando sozinho com o novo governo de Israel” diz Michel Gherman, Diretor Acadêmico do IBI.