O dia 27 de janeiro é o Dia Internacional da Lembrança do Holocausto, isso porque neste dia, em 1945, o campo de Auschwitz foi libertado. Lá, mais de um milhão de pessoas foram vítimas dos nazistas.
Entre os judeus, há uma grande preocupação para que a história seja repassada, que os jovens visitem campos de concentração, vejam filmes e leiam livros sobre o assunto. É uma tentativa comunitária de construir uma memória do maior genocídio vivido pelo povo judeu. E faz parte desse processo ouvir os sobreviventes que estão entre nós. A questão é: em breve, já não poderemos ouvir a história contada por eles mesmos. Como manter essa memória viva?
Anita Efraim e Ana Buchmann conversaram com Marcos Guterman, jornalista do Estadão, historiador pela USP e autor dos livros “Nazistas entre Nós” e “Holocausto e Memória”, e com Paulo Nassar, professor da Escola de Comunicações e Artes da USP, doutor também pela mesma ECA e autor de vários livros, entre eles, “Relações Públicas: a construção da responsabilidade histórica e o resgate da memória institucional das organizações”. Para Guterman, “memória não é história”, portanto cada indivíduo vive um acontecimento de uma forma, o que dificulta uma percepção coletiva do Holocausto. Para Nassar, quando uma testemunha morre, fica mais difícil construir a história do Holocausto a partir das narrativas. Para ambos, a memória do Holocausto envolve disputa de narrativas.
Onde ouvir