“Fake news” costumam soar convincentes pois são produzidas, em geral, a partir de uma colagem de fatos verdadeiros.
E tornam-se ainda mais sedutoras em meio a uma situação de incerteza, quando faltam informações precisas sobre o conteúdo narrado.
Além disso, servem também para confirmar estereótipos que já circulam socialmente, o que impulsiona o seu alcance.
Assim, uma explosão de causas desconhecidas (verdadeira) e um tweet com uma mensagem pouco clara sobre outro evento (verdadeiro) tornam-se prato cheio para interpretações precipitadas e esdrúxulas.
Eis que já tem gente acusando Israel de ser o responsável pela explosão em Beirute, ainda que informações preliminares da própria imprensa libanesa indiquem tratar-se de um acidente em um depósito de fogos de artifício, sob investigação.
Para a “fake news” funcionar, existe a necessidade de alguns apagamentos: além das informações da imprensa libanesa, as negativas de envolvimento por parte do governo de Israel, da cúpula de segurança geral do Líbano e do próprio Hezbollah.
Reafirmamos nossos mais profundos sentimentos às vítimas dessa tragédia.