Toda vez que publicamos críticas ao governo ou ao presidente Jair Bolsonaro, aparece um ~progressista~ para questionar:
– “E na Hebraica?”
– “Quando era com os outros, vocês riam”
– “Onde é que estavam antes? Agora é tarde”.
E por aí vai.
Então, vamos esclarecer o seguinte:
1. Assim como o restante do Brasil, a comunidade judaica se dividiu durante as eleições. Se você toma o posicionamento dos que assistiram a palestra de Bolsonaro como o posicionamento de todos os judeus, é tão preconceituoso quanto aqueles que diz criticar.
2. Agora, vem cá: você responde por seu vizinho bolsonarista? Por aquele seu tio que votou no capitão? Então, o que te faz pensar que os judeus deveriam responder pelo posicionamento de pessoas que com eles compartilham apenas a religião?
3. Bolsonaro e o público foram recebidos sob protestos de judeus na porta de Hebraica. Se você não sabia, vamos te ajudar com um link. Mas agora, em vez de perguntar onde é que estávamos, pergunte-se onde é que você estava que não viu e não divulgou nada isso.
4. Aproveite e pergunte-se também em que medida, ao insistir na narrativa bolsonarista de que “judeus apoiam Bolsonaro”, você estava contribuindo para higienizar a imagem do então candidato, ajudando a elegê-lo.
Sim, porque Bolsonaro neutralizava a acusação de que flertava com a ideologia nazista apresentando, à opinião pública, o “apoio” das maiores vítimas do nazismo à sua candidatura. E você, ~progressista~, quem diria, ajudou a tornar essa ladainha convincente.