A circulação de um vídeo do ministro da defesa de Israel é um excelente exemplo de fake news.
Naftali Bennet aparece falando da necessidade de defender os mais velhos na epidemia de COVID-19.
O video não apoia em nenhum momento a tal quarentena vertical propagada por grupos no Brasil.
Qual não é nossa surpresa quando vemos o vídeo circulando em redes como se o ministro defendesse a quarentena somente para os mais velhos?
Pior, nos posts afirmam que essa é a politica do governo de israel durante a epidemia.
MENTIRA! Israel esta em quarentena total tentando impedir o espalhamento do vírus no país.
Mais uma vez criam uma Israel imaginária pra defender suas próprias agendas. Israel real não é parecida com nada disso.
Mas por que essa história é grave? Por que é um bom caso de análise do fenômeno da fake news?
Ora, Israel tem mais de 8 milhões de habitantes. Tem imprensa livre, tem debates abertos sobre o tema. Mais que isso, no Brasil há milhares de pessoas com contato direto com o pais e com pessoas em Israel.
Qualquer pessoa honesta pode conferir que a interpretação do vídeo é equivocada. Qualquer pessoa mais honesta pode ver que Israel esta totalmente parada hoje.
O espalhamento de um post que tenta provar o contrário nos faz lembrar que fake news descende do negacionismo histórico.
Imaginem, se é fácil negar uma realidade concreta e contemporânea, pensem como será fácil negar, por interesses políticos, uma verdade histórica. Por exemplo, como pode ser fácil dizer que não houve ditadura no Brasil ou mesmo dizer que o Holocausto não existiu.
É hora de defender a vida. Chega de fake news. Chega de negacionismo.