Tendo passado por duas eleições parlamentares em 2019, nos meses de abril e setembro, nas quais nenhum dos candidatos obteve votos suficientes para formar governo sozinho e nem foi capaz de constituir uma coalização com outros partidos, Israel caminha para o seu terceiro pleito em menos de um ano.
As eleições serão realizadas no dia 2 de março e os partidos tiveram até a última quarta-feira (15) para apresentar sua lista de candidatos ao Comitê Central de Eleições.
Para entrar no parlamento, os partidos precisam ultrapassar a cláusula de barreira, recebendo pelo menos 3,25% dos votos, o que faz com que muitos se unam, apresentando listas conjuntas.
A seguir, aquilo que você precisa saber sobre o próximo pleito:
- Mesmo após ter sido indiciado em três casos de corrupção, o atual primeiro-ministro Benjamin Netanyahu segue encabeçando a lista do Likud.
- No partido Azul e Branco, de Benny Gantz, praticamente não houve mudanças na lista em relação às eleições de setembro. A exceção foi a saída do deputado Gadi Yevarkan, que se transferiu ao Likud. Yevarkan é etíope e recebeu do partido a promessa de uma cadeira no parlamento. Muitos viram no gesto uma traição à causa etíope, pois acreditam que o Likud faz pouco contra a discriminação sofrida por essa comunidade.
- A maior novidade se deu no campo da esquerda, com a união dos dois partidos mais importantes, Avodá (Trabalhista) e Meretz. Eles vão concorrer em lista conjunta, liderada por Amir Peretz (Avodá).
- No campo da direita, após negociações tensas que duraram até as últimas horas antes do fim do prazo, o partido de extrema direita Otzma Yehudit (Força Judaica) acabou ficando de fora do bloco sionista religioso Yamina (À direita), liderado por Naftali Bennett. Bennett, o maior opositor da entrada dos kahanistas, foi acusado pelo partido de ter “abandonado o sionismo religioso”.
- Avigdor Lieberman segue líder do Israel Beiteinu (Israel Nossa Casa). Representando principalmente o eleitorado de origem russa, tem posições seculares e de direita, o que dificulta sua entrada em coalizões com partidos religiosos ou de esquerda. Nas últimas eleições, recusou-se a formar governo tanto com Netanyahu quanto com Gantz, pois suas exigências não foram atendidas.
- Os quatro partidos predominantemente árabes juntaram-se novamente. Nas eleições passadas, tornaram-se a terceira maior força do parlamento israelense, com 13 cadeiras. Embora os partidos árabes, em geral, não integrem coalizões governamentais, há poucos meses seu líder Ayman Odeh manifestou apoio ao Azul e Branco, de Gantz, para se livrar de Netanyahu.
- Os dois partidos ortodoxos, Judaísmo da Torá Unida e Shas, são liderados por Yaakov Litzman e Arye Dery, respectivamente.
- Depois de cinco eleições nas quais uma mulher liderou pelo menos um dos principais partidos, dessa vez elas ficaram de fora.
- A analista política Tal Schneider afirmou que, pela primeira vez na história de Israel, o bloco com mais candidatas mulheres no topo da lista era religioso de direita – o Yamina. Schneider observou que, entre os 12 primeiros lugares, o partido tem seis mulheres, enquanto o bloco de esquerda tem apenas quatro.