Carla Habif ministra aula sobre os Refugiados de 48 e a ocupação de 67, no RJ

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A questão dos refugiados é tema central na relação entre Israel e os palestinos, ao longo de toda a história do conflito. Não é possível entender as sociedades israelense e palestina sem entender as realidades e usos políticos da imensa população de refugiados criada ao longo do século XX, na região. Por isso, este foi o tema central da aula de Carla Habif, mestre História Comparada, pela UFRJ, na última quarta-feira, dia 26 de junho, em mais uma aula do curso de formação do IBI.

A historiadora conduziu sua aula enfatizando a importância de eventos históricos para a criação de uma imensa quantidade de campos refugiados palestinos na Palestina e anos países vizinhos a Israel. Dentre eles, destacam-se principalmente a Guerra de Independência de Israel, em 1948, e a Guerra dos Seis Dias, em 1967. Os campos criados por estes eventos históricos receberam tratamentos diferentes dependendo da localização. São raros os casos em que palestinos foram são absorvidos pelos países em que buscam refúgio. Embora tenham recebido tratamentos diferentes dependendo do país de destino, a maior parte dessas pessoas está condenada a morar em campos de refugiados indefinidamente.

A discussão acerca de expulsões ou fugas de populações palestinas de suas cidades e vilas de origem, e sobre a maneira como a grupos israelenses planejaram ou não essas eventos, são alvos de grande controvérsia dentro da historiografia contemporânea. Por isso, a pesquisadora também dedicou uma parte da aula a apresentar as divergentes visões e trabalhos dos autores da nova historiografia israelense, como Avi Shlaim, Ilan Pappe e Benny Morris, que possuem uma visão muito mais crítica e pragmática sobre a história de Israel que a tradicional historiografia israelense.

Por fim, Carla Habif também deu luz a uma importante página da história do conflito, embora pouco lida e estudada, que é a questão dos refugiados judeus de países árabes, principalmente aqueles oriundos do Egito. Estes judeus não se sentiam atraídos pela ideologia sionista, tampouco tinham interesse de abandonar seus países de origem, onde estavam plenamente adaptados. Estes foram obrigados a migrar para Israel a partir da escalada de antissemitismo com a criação do Estado e as guerras com os países vizinhos, principalmente depois da Guerra dos Seis Dias, em 1967. A memória dos judeus egípcios foi apagada, tanto em território egípcio, como em Israel. 

A reflexão que a pesquisadora deixa, por fim, é a da necessidade do estudo de história, para aprender com as lições do passado em direção ao futuro com cada vez menos populações refugiadas.

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