Professores debatem Israel na política brasileira

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Em parceria com o Instituto de Relações Internacionais da
Universidade de São Paulo (USP) e o Grupo de Trabalho Oriente Médio e Mundo
Muçulmano, o IBI promoveu um debate sobre a importância de Israel na Política
Brasileira, em encontro realizado na última terça-feira (11). O evento foi
realizado na Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas (FFLCH/USP). A mesa foi composta pelos professores Michel Gherman, coordenador
do Núcleo de Estudos Árabes e Judaicos da UFRJ, e Osvaldo Coggiola, docente do
departamento de História da USP e doutor em História Comparada das Sociedades
Contemporâneas.

Gherman deu início ao debate lembrando a manifestação
ocorrida em 2017, no Rio de Janeiro, na ocasião em que o então candidato à
presidência da república, Jair Bolsonaro, foi convidado a dar uma palestra em
uma instituição judaica. A partir daí, o professor questionou as consequências do
episódio – tanto da palestra quanto do protesto – para a comunidade judaica e a
sociedade em geral.

O professor observou que, nos últimos três anos, tem se
observado um crescimento de protestos cada vez mais radicais no cenário
político brasileiro (alguns, inclusive, envolvendo símbolos judaicos e israelenses).
Ele ainda abordou a chamada “nova direita”, elucidando suas bases
monolíticas, que constituem uma visão antagônica e sem espaço para
contradições, elencando nessa constituição tudo aquilo que ameaça o mundo ocidental
e o classificando como ruim.

Nessa perspectiva, o islamismo seria sempre ruim, assim como
a homoafetividade ou a esquerda como posição política. A nova direita, de
acordo com essa narrativa, tem ditado quem é judeu de verdade, definindo uma
nova identidade judaica, na qual os judeus que não se alinham às suas pautas
são desconsiderados.

Em sua fala, Osvaldo Coggiola levantou três questões:
“o que é judaísmo?’, “o que é ser árabe?” e “o que é ter
uma identidade baseada nesses moldes?”. Ao final, o professor de História propôs
um convite ao debate, afirmando que todas essas questões devem ser estudadas em
suas especificidades e, também, em suas universalidades. “Ao falar de um indivíduo
judeu ou árabe, falamos do gênero humano”, ponderou Coggiola.

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