A quinta aula do curso de formação do IBI, ministrada por Marta Topel, na última segunda-feira, 17/09, em São Paulo, abordou o multiculturalismo em Israel e os diversos grupos que compõem a sociedade israelense.
A antropóloga e diretora do Centro de Estudos Judaicos da USP abordou os diversos eixos que separam os diferentes grupos em Israel, desde os seus primórdios até os dias de hoje: o nacional, o étnico, o religioso e o de classes.
Tratando da origem do sionismo e das ondas migratórias a Israel que ajudaram a compor o mosaico cultural do país recém criado, Topel destacou a dificuldade de aceitação dos grupos que não se encaixavam no ideal sionista dominante da época: europeu, imbuído de valores patrióticos, socialistas, seculares, com potencial de defesa e com aptidão para o trabalho da terra.
Com o passar dos anos da fundação do Estado judeu, os grupos minoritários começaram a reivindicar seus direitos e suas particularidades. Uma das principais reivindicações nesse sentido, segundo a professora, foi o movimentos dos Panteras Negras em Israel, de judeus orientais que, baseados no movimento “Black Panters” norte-americano, lutavam contra os privilégios dos judeus de origem europeia.
Para Marta Topel, com as reivindicações dos diversos grupos que compõem o cenário étnico-cultural do país, hoje estes se deixam ouvir cada vez com mais frequência no Parlamento, Suprema Corte de Justiça, imprensa e organizações comunitárias.