Shoá, talvez seja o trabalho mais conhecido de Claude Lanzmann – que morreu nesta quinta-feira. O documentário demorou onze anos para ser concluído, tem nove horas de duração e entrevistas com sobreviventes, testemunhas e trabalhadores dos campos de concentração.
Em seu currículo, o realizador possui também dois documentários sobre Israel: “Why Israel?” e “Tsahal”. Reportagem da revista americana New Yorker analisa a relação do cineasta com o país, traçando a importância que Israel tem na obra de Lanzmann a partir de seus filmes e sua autobiografia. O crítico Richard Brody afirma que Lanzmann escreveu que ele nunca teria feito esses filmes se tivesse vivido em Israel:
“Assim como eu nunca poderia ter dedicado doze anos da minha vida a um trabalho como “Shoá” se eu tivesse sido enviado para os campos. Essas coisas são misteriosas, ou talvez não sejam. Não pode haver verdadeira criação sem opacidade, o criador não precisa ser transparente para si mesmo. Uma coisa é certa: o papel da testemunha … exigia que eu ficasse dentro e fora, como se tivesse sido designado para uma posição precisa”.
Para ler a matéria original na íntegra, acesse: https://www.newyorker.com/culture/richard-brody/claude-lanzmann-and-israel