Nesta segunda-feira, 7 de maio, o IBI promoveu um evento na Faculdade de Direito da USP, no Largo de São Francisco, para debater questões ligadas aos nacionalismos israelense e palestino, tendo como pano de fundo os 70 anos de fundação de Israel. Intitulado “Israel e Palestina: nacionalismo, religião e modernidade”, o objetivo foi trazer à tona a discussão a partir de uma perspectiva de pertencimento nacional e religioso que consolidam fronteiras políticas e simbólicas.
Com mediação do sociólogo e colaborador do IBI Rafael Kruchin, e um público de mais de 80 pessoas, que lotou o auditório, o evento teve início com a fala de Ari Solon, professor associado de Filosofia do Direito da FADUSP. Solon discorreu sobre a ligação das três religiões monoteístas com Jerusalém. Sobre o conflito israelo-palestino, declarou que, para ele, a solução é jurídica, e não geopolítica.
Omar Thomaz, professor dos Programas de Pós-Graduação em Antropologia Social e História do IFCH/Unicamp, abriu sua fala chamando atenção para a importância de não serem criadas caricaturas ideológicas de nenhum dos dois lados. Trazendo exemplos e comparações com o que acontece no Brasil, também afirmou que Israel não pode ser tratado com excepcionalidade.
Indagado se o que ocorre na Palestina poderia ser chamado de apartheid, Omar afirmou que – se comparado com o que aconteceu na África do Sul- não cabe o termo, pois são situações distintas. E ressaltou a pressão que a sociedade civil israelense exerce um papel importante de oposição a ações do estado e que muitos israelenses buscam pontes com organizações palestinas.
Solon Também chamou a atenção para a importância da secularização do Estado de Israel e da interpretação que líderes atuais fazem sobre escritos religiosos.