Nem só de armas, mídia e narrativas vive o conflito israelo-palestino. A gastronomia e a culinária também são usadas como forma de separação ou aproximação entre povos. No caso de israelenses e palestinos, a conversa é longa e envolve muitos ingredientes.
A alimentação não é neutra em relação aos conflitos. Pelo contrário, conflitos costumam se manifestar até nos pratos de comida. Um exemplo disso é a disputa acirrada em torno da identidade cultural do falafel e do humus.
Tanto árabes quanto israelenses reivindicam a origem da tradicional pasta e dos bolinhos feitos de grão de bico, e se incomodam quando os pratos são chamados de “típicos” da culinária do outro, como se essa identidade tivesse sido roubada. Além daqueles que reivindicam as comidas como próprias de sua localidade, há aqueles, de ambos os lados, que afirmam que essa discussão é sem sentido e que o falafel é um prato internacional, como massas e hamburgueres. Além disso, argumentam que os pratos são originários do grão de bico – típico da região, ancestral para os dois povos.
Por outro lado, pacifistas criaram inúmeros projetos de aproximação entre israelenses e palestinos em torno da mesa. Há, por exemplo, o Hummus Bar, na cidade israelense de Kfar Vitkin, que lançou uma campanha dando 50% de desconto para judeus e árabes que compartilhassem uma refeição. Alguns até têm atuações no Brasil, como o Peace On The Table, projeto capitaneado por Sheila Mann que usa o lema “faça humus, não faça guerra”.
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