Na madrugada do dia 24 de dezembro, véspera de natal, a sede da produtora Porta dos Fundos, no Rio de Janeiro, foi atacada com coquetéis molotov, provocando focos de incêndio.
Ainda não se sabe a origem do ataque. Vídeos das câmeras de segurança entregues à polícia mostram que três homens participaram da ação, realizada três semanas depois da divulgação, pela Netflix, do especial “A Primeira Tentação de Cristo”.
Para nós, do IBI, o episódio é particularmente doloroso. Em janeiro de 2017, o humorista Gregorio Duvivier esteve em Israel para participar do seminário “Brasil, Israel e Palestina- política, religião e a busca pela paz”, na Universidade Hebraica de Jerusalém. Ali entrou em contato com pessoas e organizações da sociedade civil, aproximando-se da complexidade dos temas do país. E, com ele, aprendemos muito sobre o humor.
Já na última quinta-feira, lembramos que o humor elaborado a partir de narrativas bíblicas é comum em Israel e auxilia na construção de um futuro mais igualitário.
O ataque contra o Porta dos Fundos é mais um entre tantos que temos presenciado nos últimos tempos. Nos quatro cantos do mundo, humoristas tem sido alvo preferencial do fanatismo religioso, que não é particularidade de nenhuma religião. Por isso, insistimos: no Brasil, na França ou no Oriente Médio, tais ataques são inaceitáveis, vindos de onde quer que seja.
