Há vários ângulos para se enxergar a fuga de prisioneiros palestinos

Oficiais israelenses perto de um buraco no chão do lado de fora dos muros da prisão de Gilboa depois que seis palestinos escaparem no norte de Israel, em 6 de setembro de 2021, cavando um túnel. (Foto: Gil Eliyahu / Reuters)

Há vários ângulos para se enxergar a fuga de prisioneiros palestinos.

Em primeiro lugar, pode-se perceber que a polícia e o serviço carcerário de Israel passa por crises sérias. Não é simples para essas estruturas lidar com o fato de que prisioneiros acusados de terrorismo tenham fugido da cadeia.

Saindo da questão estrutural, a fuga abre espaço para uma disputa entre grupos palestinos de Gaza. Em um período de isolamento do Hamas, o grupo terrorista palestino, vê a fuga como possibilidade de fortalecimento. Em paralelo, seu rival, a Jihad islamica (grupo ao qual 5 dos 6 prisioneiros eram ligados), tenta tomar pra si os méritos da fuga.

Para ambos, uma escalada de violência ajudaria bastante agora. Ao contrário do Fatah, que voltou a negociar com Israel, a promoção de atentados e ataques ajudariam os grupos fundamentalistas a se tornarem centrais no confronto com Israel. Isso explica os últimos ataques de mísseis e os ataques terroristas.

Por fim, vale perceber as relações entre árabes israelenses e a fuga dos prisioneiros. Quatro desses foram recapturados graças à colaboração de cidadãos árabe-israelenses que, por falarem árabe, foram procurados pelos fugitivos.

Apesar disso, a mídia israelense e o Hamas, cada qual a seu lado, tem relativizado a identidade da população árabe de Israel, exigindo provas maiores de fidelidade.

Hatam Shvili, vereador de Shvili Hum El Ghanam, distrito onde 4 dos fugitivos foram descobertos, foi  entrevistado pelo Canal 13 de Israel. Ao ser questionado pelo repórter sobre o sentimento de ter os terroristas palestinos presos em sua aldeia, o vereador respondeu: “O que nos interessa é que a polícia se mostrou apta a usar toda sua tecnologia pra prender os fugitivos. Esperamos que ela utilize esses meios também para acabar com a onda de violência que destrói população árabe de Israel”.

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