Editorial: parlamentares americanas impedidas de entrar em Israel

Sob intensa pressão do presidente Donald Trump, duas deputadas americanas do partido Democrata, Ilhan Omar e Rashida Tlaib, foram impedidas de entrar em Israel nesta quinta-feira, 15.

A proibição da entrada das deputadas muçulmanas que apoiam o BDS (boicote completo a Israel) é criticada por diversos setores da comunidade judaica americana e da sociedade israelense, desde a progressista JStreet até a conservadora AIPAC, desde antigos embaixadores até profissionais do ministério da relações exteriores. Eles afirmam que barrar a entrada das duas é um tiro no pé.

Aliás, até ontem, a decisão era deixá-las entrar.

Por que era importante deixar as duas passarem pelo aeroporto Ben-Gurion?

A) As duas são figuras periféricas no partido democrata, praticamente não têm apoio de figuras importantes do partido. Recusar sua entrada no país as fortalece.

B) O movimento de boicote a Israel está em crise no mundo inteiro. Tem tido reveses na Europa e nos EUA. A proibição fortalece as acusações absurdas que fazem ao Estado Judeu.

C) 90% dos deputados democratas (maioria no parlamento) combatem o movimento de boicote e apoiam Israel. A proibição da entrada delas, depois de um tweet de Trump, dá a impressão de que Israel tem partido na política interna americana.

Quem ganha com as duas sendo barradas?

A) Trump, que quer se fortalecer eleitoralmente acusando o partido democrata de radical.

B) Bibi Netanyahu, mantendo relações com Trump e se fortalecendo eleitoralmente com a extrema direita israelense.

C) O movimento de boicotes, que ganha uma visibilidade política inédita nos EUA.

Quem perde com as deputadas sendo barradas?

A) A diplomacia israelense.

B) O apoio a Israel nos EUA.

C) O combate ao BDS.

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