Andre Lajst: Trump cumpriu uma promessa que diversos presidentes fizeram e não tiveram coragem de levar a cabo

Com objetivo de enriquecer o debate e honrar seu espaço democrático, o IBI convidou colaboradores a responderem perguntas sobre a transferência da embaixada americana para Jerusalém e o futuro da região. Leia a opinião de Andre Lajst, cientista político, sobre o assunto.

Quais serão as consequências (simbólicas e práticas) da decisão de Donald Trump de mudar a embaixada americana para Jerusalém?

Simbolicamente é um reconhecimento histórico e correto. Jerusalém é a capital de Israel desde sua fundação e o centro do judaísmo como religião e cultura há 3000 anos. Trump cumpriu uma promessa que diversos ex presidentes fizeram e não tiveram a coragem de levar a cabo. Na prática, coloca os palestinos em xeque mate, e coloca as negociações para 2 estados em uma esfera diferente. Os palestinos terão que vir negociar com mais humildade e menos exigências.

Há quem diga que esse movimento dos EUA coloca uma pá de cal em negociações de paz que poderiam acontecer. Seria um passo atrás na solução de dois estados?

Talvez sim. O Oriente Médio é volátil e tudo pode acontecer, porém não acredito que isso seja o grande motivo para não haver paz entre israelenses e palestinos. Ao contrário, foi um duro golpe na autoridade Palestina, que de alguns anos para cá, gozou de grande simpatia do mundo enquanto que não negóciava com Israel e continua até hoje, pagando terroristas mensalmente. Há 25 anos foi assinado os acordos de Oslo e mesmo sem mover a embaixada para Jerusalém houveram duas Intifadas e 3 guerras contra o Hamas em Gaza. Não será por causa do reconhecimento que não haverá processo de paz.

Acredita que essa mudança pode dar início a uma nova onda de violência entre israelenses e palestinos?

Sinceramente, não acredito. Todos perderiam neste sentido e os palestinos não possuem nenhuma justificativa de alguma ação de Israel para utilizar de violência.

Há quem afirme que essa decisão é apenas um reconhecimento histórico. Você concorda?

Não. Histórico e prático. Dezenas de países irão acompanhar a linha de Trump. Isso mudará o status de Jerusalém em metade do mundo e Israel poderá negociar com os palestinos através de uma posição forte.

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