Ficção e realidade em “Teerã”: novo seriado israelense de espionagem

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Liraz Charhi interpreta a protagonista Tamar Rabinyan

TEL AVIV – Todos falam de “Fauda”, o seriado israelense mais bem-sucedido da História, com fãs no mundo todo. Mas uma nova série israelense de ação e suspense pode desbancar “Fauda”. Trata-se de “Tehran” (Teerã), uma obra de espionagem de tirar o fôlego que lida com a rivalidade entre Israel e Irã. 

O seriado estreou no final de junho em Israel, mas a Apple TV já comprou os direitos para distribuição internacional da primeira temporada, de oito capítulos. Depois do sucesso de “Fauda” e de filmes como “Parasitas”, que não são falados em inglês, obras em línguas estrangeiras estão em alta.

A protagonista de “Tehran” é uma espiã do Mossad, Tamar Rabinyan, que é enviada para a capital iraniana para uma missão secreta que acaba dando errado. Ela quase consegue neutralizar as defesas aéreas iranianas para abrir caminho para um ataque israelense contra um reator nuclear no país. Mas, na última hora, não consegue e tem que fugir da polícia local. 

É uma obra de ficção, mas pode espelhar o que acontece na realidade da “guerra de bastidores” entre Israel e Irã. Quem sabe, uma versão desses fatos está acontecendo e não sabemos? Por incrível que pareça, o seriado foi lançado em meio a uma série de explosões misteriosas no Irã, nas últimas semanas. Uma delas, bem em Teerã, aconteceu um dia depois da estreia do seriado na TV israelense.

A coincidência levou a muita especulação, algumas piadas e muitas dúvidas na imprensa e nas redes sociais. Outra explosão aconteceu na quinta-feira passada (2 de julho) em uma fábrica de centrifugas em Natanz. Imagens de satélite mostraram o estrago. 

Certamente Israel não assume responsabilidade alguma pelas explosões, mas o país é apontado como autor do que seria uma série de sabotagens. Nenhuma autoridade se pronuncia, mas o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu estendeu o mandato do atual chefe do Mossad, Yossi Cohen, sob a justificativa de “desafios de segurança”. E, certamente, há certo temor de retaliação. 

Em “Tehran”, a protagonista Tamar – que nasceu no Irã e foi para Israel aos 6 anos – reencontra parentes em Teerã que não via há décadas e conhece ativistas contra o regime: “Pela primeira vez, uma série ocidental mostrará a vida de jovens ativistas anti-regime em seus apartamentos e nas ruas. O programa explora suas angústias, o perigo que correm, as amizades e a lealdade entre eles, além da coragem da resistência ao regime dos aiatolás”, disse o criador do seriado, Moshe Zonder, que criou o seriado para o canal Kan 11. 

As filmagens começaram em outubro de 2019 em Atenas, na Grécia. Enquanto os líderes de Israel e Irã elevam a tensão, muitos israelenses e iranianos gostariam de ter contato uns com os outros. Para os espectadores israelenses, ver cenas em Teerã (mesmo que seja, na verdade, Atenas) e ouvir a língua persa é muito interessante e curioso. 

Seriados israelenses fazem sucesso nos últimos 15 anos. Além de “Fauda”. “Shtisel” também se tornou bem popular. Há muitas séries que ganharam versão em inglês e deram certo. As mais famosas são “Homeland” (baseada no original “Hatufim”) e “In Treatment” (do original “BeTipul”, que teve até versão brasileira, “Sessão de terapia”). “HaShoter HaTov” virou “The Good Cop”, “HaChamama” virou “The Greenhouse”, “Ramzor” se transformou em “Traffic Light” e “Pilpelim Tzehubim” virou “The A Word”.

Também há reality shows, como “Baby boom”, que mostra o nascimento de bebês em maternidades, ganhou versão inglesa com o mesmo nome. E peças de teatro, como “Band’s Visit” (baseada no filme homônimo israelense de 2007), que ganhou vários prêmios na Broadway.

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